Provavelmente já alguma vez se interrogou sobre o que é o spread e o que ele significa no seu crédito habitação.

Há quem julgue que o spread é a taxa de juro e que quanto mais baixo for menos paga pelo crédito habitação, mas nem sempre é assim.

O spread é um dos componentes que definem a taxa de juro no crédito habitação, mas não é o único, porque o que determina a taxa de juro nominal(TAN) do seu crédito habitação, é a soma do spread com uma taxa de referência que no caso das taxas variáveis são as taxas euribor.

Se tiver uma taxa de juro variável com um spread de 1% e uma euribor a 3 meses, tenha renovado em novembro de 2022 ficou com uma TAN de 2,428%, mas se a euribor for a 12 meses, a TAN já será de 3,629%.

Como a taxa de juro nominal (TAN) resulta da soma do Spread com o Indexante, neste exemplo a Euribor, e a Euribor a 3 meses está a 1,428% e a de 12 meses a 2,629%, o spread determina o custo total, mas o prazo da euribor contratada também.

Digamos que o Spread é a margem de lucro fixa do banco, na taxa de juro do crédito habitação, no que diz respeito à Euribor, o banco pode ganhar, mais ou menos, em função da necessidade de se financiar junto de outros bancos, como o central europeu.

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Quando atrás referimos que nem sempre o spread mais baixo é o melhor, referíamo-nos ao facto de os bancos exigirem a contratação de outros produtos com custos acrescidos para baixar o spread.

Normalmente o banco apresenta um spread base, que depois é reduzido em função da contratação de certos produtos, como por exemplo:
  • Domiciliação de Ordenados;
  • Autorização de Débitos Diretos de Água, Eletricidade, Telecomunicações;
  • Cartão de Crédito;
  • Subscrição de PPR com entradas programadas;
  • Seguro de Vida;
  • Seguro Multirriscos;
  • Compra a Crédito de Produtos comercializados pelo Banco, normalmente denominados produtos prestigie ou de boutique;
  • Estes são os mais usados, mas pode haver outros.

Se alguns destes produtos ou serviços, até podem nem ter custos, ou custo baixo face ao beneficio, outros, como os seguros e compra de produtos a crédito podem ser um encargo que não compense a diminuição do spread.

Por exemplo, os Seguros de Vida:
  • Feitos fora do banco, custam menos 50 a 60% que no banco;
  • Se pagar 50€, significa que pode ficar a pagar 20€, poupa 30€;
  • Em 150.000€, num prazo de 30 anos, 0,20% de bonificação no Spread, significa mais ou menos, uma redução de 18€;
  • Logo não compensa fazer o seguro no banco, porque se fizer fora, poupa 12€ por mês, 144 por ano e 4.320€ nos 30 anos do financiamento;
  • Mas isto é fazer contas sem considerar o aumento anual das tarifas dos seguros, porque se o fizermos de forma proporcional, a poupança é muito superior.

Não menos importante é o facto de não estar vinculado ao banco, ou seja, quanto menos vinculação tiver, maior autonomia tem para escolher o que é melhor para si em qualquer momento.

Como pode verificar, o spread não é tudo, embora seja muito importante, deve ter em linha de conta todas as variáveis para não contratar, gato por lebre, se não se sentir à vontade ou não tiver tempo para verificar todas as variantes, o melhor é recorrer aos serviços de um intermediário de crédito registado no Banco de Portugal, para lhe tratar do assunto.

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