Muitas vezes os clientes bancários contratam um crédito habitação sem levarem em linha de conta as condições do mesmo, porque o interesse é conseguir ter a sua nova casa o mais rápido possível ou porque acham que os bancos são todos iguais!
O que nós constatamos é que os bancos não são todos iguais, e que se os clientes não têm o cuidado de procurar o melhor crédito habitação para o seu caso, ficam a pagar muito mais do que deviam.
Quando se está a comprar uma casa por 100.000€, pode-se pensar que 20€ por mês não é muito, mas se multiplicarmos os 20€ pelos 12 meses do ano, já vamos em 240€, e se ainda multiplicarmos estes 240€ pelo número de anos do crédito a poupança pode ser de uns milhares de euros.
Hoje em dia a análise de risco feita pelos bancos tem sempre por base as recomendações do banco de Portugal, nomeadamente no que diz respeito à taxa de esforço para pagamento das prestações e a percentagem de financiamento possível face ao valor de aquisição ou avaliação, sendo que aqui é sempre considerado o mais baixo.
Se ao nível do valor de financiamento as coisas são muito claras, ao nível da taxa de esforço já não é assim, embora haja o padrão, a forma como cada banco calcula os rendimentos varia, uma operação recusada num banco pode ser aprovada noutro e vice-versa.
Quando consegue a aprovação num banco é muito provável que consiga em mais, assim aumenta o seu leque de escolha e a sua capacidade de negociação junto de cada entidade bancária.
O que que deve levar em linha de conta ao contratar o seu crédito habitação:
- O prazo;
- Tipo de taxa, se é variável, fixa ou mista
- O Spread;
- A Euribor;
- Os produtos associados;
- O custo de processamento da prestação;
- Os custos bancários.
Prazo: Quanto maior é menos prestação paga mensalmente, mas no total do contrato vai pagar mais;
Taxa:
- Variável: A prestação varia em função das oscilações da Euribor, por norma no crédito habitação aplicam-se os prazos de 3, 6 e 12 meses;
- Fixa: Durante um período ou a totalidade do financiamento paga sempre o mesmo;
- Mista: Tem por base a taxa variável, mas tem um teto máximo que não pode ultrapassar.
Spread: É a margem do banco, por norma varia em função do valor financiado, taxa de esforço e pode ser bonificado em função da contratação de outros produtos, como: cartão crédito, seguros, domiciliação de ordenados, débitos em conta, etc…:
Euribor: Indexante que é calculado periodicamente e tem como indicador a média das taxas de juro que um conjunto de bancos de referência da união europeia emprestam dinheiro entre si;
Produtos Associados (Cross Selling): Conjunto de produtos que ao contrata-los, o banco oferece um desconto do spread. Aqui é muito importante estar atento e fazer bem as contas porque pode não compensar o desconto face ao custo do produto, nomeadamente ao nível dos seguros;
Custos de processamento da prestação: Custo fixo que alguns bancos cobram todos os meses sempre que cobram uma prestação;
Custos com a manutenção de conta: Este custo não fica vinculado ao crédito, ou seja pode alterar em função do preçário do banco.
Como pode constatar não é só a aprovação que é importante, embora tenha algumas variáveis, conseguir as melhores condições possíveis para um crédito habitação pode pode significar a uma poupança de milhares de euros.
Desde janeiro de 2018 que a atividade de intermediação de crédito é regulada pelo Decreto-Lei n.º 81-C/2017, publicado no dia 7 de julho, estas empresas normalmente para além da intermediação, prestam um serviço de consultoria de crédito com o objetivo de libertar o cliente de todo o processo e ainda lhe proporcionar as melhores condições possíveis para os seus créditos.
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